Nos Estados Unidos, na década de 1960, uma epidemia de Rubéola afetou, aproximadamente, 50.000 mulheres. Na ocasião, o Centro de Controle de Doenças, em Atlanta, previu que umas 2.500 crianças nasceriam surdocegas.
O impacto, causado por essa previsão, levou as autoridades a se mobilizarem para a criação de Centros especializados para o atendimento a essas crianças. Em janeiro de 1968, foi assinada, pelo então Presidente Johnson, uma Lei determinando o estabelecimento de Centros e Serviços para todas as crianças surdocegas nos Estados Unidos.
Hoje em dia, nos quatro cantos do mundo, vêm sendo desenvolvidos programas de atendimento ao surdocego e de apoio a seus familiares:
Na Espanha, a “Unidad Educativa para Niños Sordociegos” da ONCE;
Em Portugal, o “Instituto Jacob R. Pereira”;
Na França, o “Centre d'Éducation Specialisée pour Sourds-Aveugles”;
Na Itália, a “Lega del Filo d'Oro”;
Na Dinamarca, o “Nordic Staff Training Center for the Deaf-Blind Services”;
Na Rússia, o Lar “Zagorsk” para a Criança Surdocega;
Na Alemanha, o “Deutsches Taubblindenwerk”;
Na Inglaterra, a “Carnbooth School”;
Na Finlândia, a "Associação Finlandesa de Surdocegos";
Nos Estados Unidos, o “Helen Keller National Center for Deaf-Blind Youths and Adults”;
No Brasil a “Fundação Municipal Anne Sullivan”, a “Associação para Deficientes da Audio-Visão - ADefAV”, ambas em São Paulo e, mais recentemente, o “Instituto Benjamin Constant”, no Rio de Janeiro, através do Programa de Atendimento e Apoio ao Surdocego - PAS são algumas das organizações que têm propiciado ao surdocego diferentes oportunidades para reverter o processo de exclusão social a que estão submetidas essas pessoas.
A realização de Conferências, Simpósios, Seminários e principalmente os Encontros de Surdocegos têm, igualmente, sido de grande valia pois, além de possibilitarem o conhecimento de avançados aparatos tecnológicos para uma vida mais independente e a divulgação de novos métodos e técnicas educacionais, propiciam, ainda, a oportunidade de “encarar a vida com uma nova filosofia, uma nova atitude” como atestam os depoimentos de dois surdocegos participantes da “III Conferenccia y Convivencia Nacional de Personas Sordociegas” realizada em junho de 1995 em Madrid:
“As Conferências e Encontros a que compareci me mostraram o que nós, surdocegos, somos capazes de fazer com um pouco de ajuda das pessoas que vêem e ouvem bem.”
Charo Sanz Sanz
“Quando perdemos a visão e a audição supúnhamos, então, sermos os únicos com tal deficiência sensorial. Antes, a surdocegueira era um problema “invisível”, uma deficiência totalmente ou quase totalmente desconhecida para a sociedade em geral, inclusive para nós mesmos.”
Daniel Álvarez Reyes
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