Com relação à educação dos surdocegos, a Declaração deixa uma exceção aberta à inclusão. Assinala a importância da língua de sinais como meio de comunicação, garante o acesso à educação em língua nacional de sinais devido às necessidades particulares de comunicação das pessoas surdas e surdocegas, mas sugere que, devido a esses problemas de comunicação,
a educação delas pode ser mais adequadamente provida em escolas especiais
ou classes especiais e unidades em escolas regulares, o que merece ser melhor considerado. A discussão sobre a inclusão de alunos com surdocegueira no ensino regular ainda é muito tímida, essa inclusão envolve questões tais como: as diferentes concepções de deficiência, conhecimento
dos estilos de aprendizagem e as reais necessidades de comunicação dessa população. Muitos questionamentos são feitos por profissionais: Como ele se
comunica? Como pode haver inclusão, se não sei me comunicar com ele? O que significa incluir de fato um surdocego? No Brasil temos experiências muito positivas com alunos surdocegos incluídos, a maioria já tem uma comunicação mais eficiente, favorecendo assim o desenvolvimento da linguagem e exploração dos ambientes, os quais oportunizam momentos de aprendizagem significativa e vivências que permitirão o entendimento do que ocorre a sua volta. A inclusão é favorecida com a participação do profissional guia-intérprete (quem faz a interpretação na forma predominante de comunicação do surdocego e é também seu guia), esse profissional é necessário para inclusão da pessoa surdocega pós-lingüística (quem adquire a surdocegueira após a aquisição de uma língua), ou um instrutor mediador (quem faz a interpretação e a intermediação das informações com o meio e a pessoa surdocega) para pessoas que são surdocegas pré-lingüísticas (quem adquire a surdocegueira antes da aquisição de uma língua), na qual a intermediação será a chave para o sucesso da aprendizagem e inclusão.
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